Sou lua:
com fases,
que não são quatro,
mas muitas,
instáveis,
frágeis e oscilantes
como as marés
à mercê
do tempo mutável.
Escondo-me e mostro-me
nos contínuos fluxos.
Pairo suspensa e inquieta
no brilho sonâmbulo da noite.
Ilumino a solidão dos amantes
e as feições dos prantos poéticos.
No meu eclipse, sou o próprio Sol.
Vago em órbita excêntrica
e distante
do eixo consciente.
Tenho faces ocultas
com crateras,
pegadas de astronauta,
eclipse,
esfera,
fera,
dragão.
Pareço incompleta,
mas junte-me no fim dos ciclos e
me verás inteira
e luminosa

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