Imprimo o que me contém. Não espere que eu seja contida.
Minhas emoções extravasam minhas bordas, borbulham na superfície, transbordam de mim. Expresso o que me toca.
Não me peça pra ser impassível. Sou feita de sentir.
E meu sentir faz bagunça, sobe no palco, salta do peito.
Gosto de viver assim: des-me-di-da-men-te-a-pai-xo-na-da.
Quisera eu, ser feita de silêncios. Daqueles que restauram e espelham. Daqueles que traduzem.
Tem muito barulho por aqui. Tem o riso solto, a alegria escancarada, a música alta.
Tem a vontade de realizar e uma implicância danada com essa coisa de se bastar.
Uma fé infantil no futuro.
Sou feliz e grata com a vida que tenho, mas vivo seguindo o conselho de Fernando Pessoa:
não acostumo com o que não me faz feliz e revolto-me quando julgo necessário. Não sei fingir sentimentos. Não sei ensaiar simpatia.
Ainda não aprendi a ignorar o que me ofende, me acomodar com o que incomoda, usar o silêncio como suposta superioridade e pseudo-atestado de controle.
Jamais conseguiria, vivo à flor da pele, obedeço o coração.
Meu riso será indecente quando surgido, meu questionamento será inevitável quando provocado, meu choro, um convite: me conheça.
Me faça surpresas, me leve para ver o pôr do sol. Sou cativada por detalhes, uma encantada por pequenices.
Me escreva qualquer frase que combine com o seu querer,
apareça do nada e me presenteie com cheiros, com cores, com vinho, com móbiles e palavras.
Não é difícil me fazer sorrir.
Não me queira cética. Acredito em milagres, em intuições, em abraços e em declarações de amor.
Desacreditar seria desistir, seria entristecer.
E eu recuso todo e qualquer convite da tristeza.
Alegria é o que me inspira. Emoção o que me traduz. Acreditar é o que explica a minha vida.

Yohana Sanfer

Um comentário:

Só pra você disse...

Que lindo isso e verdadeiro também. Saudades de você querida, aparece sempre.

Bjs

Auxiliadora RS