INSÔNIA
Desenhei teu rosto
No pergaminho da alma,
E a estrela que reluzia calma,
Permanecia lá
Parada no tempo
Rabiscando na folha amarelada
Do pensamento
A imagem que ficou guardada
A palidez fria da lua
Refletia a insônia das noites
Pouco dormidas;
Abrigava-me entre os lençóis solitários
Ansiosos em te aquecer
Acordava o sol em seu primeiro raio
E as flores molhadas de orvalho
Nublava-me a visão
Repetia-se no dia
Voltava à madrugada
E ali ainda te desenhava
Nas linhas do coração!
Rosário Cavalcante

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